E o vocativo, pá?
E eles ralados
«Bastaram 24 horas para que a imprensa o definisse como “um Papa de gestos” – gestos humildes que “prenunciam mudanças revolucionárias”. Francisco despoja-se da pompa. Reduz ao mínimo as insígnias pontifícias. Recusa viver “no palácio”. Muda a forma de ser Papa. Veste a pele de pastor, “próximo das pessoas como João XXIII” – o “bom Papa João”. A escolha do nome fez evocar o apelo que em 1205 mudou a vida do Poverello de Assis: “Vai Francisco e repara a minha casa em ruínas.”» («Um ano de pontificado: “Vai Francisco e repara a minha casa em ruínas”», Jorge Almeida Fernandes, Público, 13.03.2014, p. 26).
Lamentável, este desconhecimento da gramática, e logo num redactor principal. Então o vocativo não é isolado por vírgulas, justamente para realçar o destinatário do apelo que alguém faz? Erro repetido, para agravar, no título. Escusado é dizer que o sentido da frase passa a ser outro. «Francesco, va e ripara la mia casa, perché, come vedi, va in rovina.»
[Texto 4217]