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Linguagista

Excesso de possessivos e desleixo

Daí o título

 

   «Mais tarde», prossegue Mário Cláudio, «e com a ligeireza característica do romancista que se acredita “feito”, principiaria eu a considerar Ferreira de Castro como o “bota-de-elástico” recorrente na auto-suficiência dos novatos. Pois não se afirmava que escrevia mal, distraindo-se em risíveis possessivos como “o cão abanava a sua cauda”? E não ironizara um colega seu, esse sim, admirável estilista, que o nosso autor, traduzido em inúmeras línguas, e viajando à volta do planeta a soldo de grandes periódicos cosmopolitas, prefigurava muito mais “um escritório” do que “um escritor”?» («O Escritório de Ferreira de Castro», Mário Cláudio, Diário de Notícias, 11.09.2015, p. 56).

  Lembram-se de termos já falado aqui de risível/ridículo? Não voltaremos hoje à questão. Muitos tradutores (os menos bons, convenho, e, logo, a maioria), eles sim, abusam dos possessivos e até dos pronomes pessoais, e só é pena que a subserviência e escasso conhecimento da língua levem muitos revisores a deixar passar tudo sem reparo.

 

[Texto 6228]

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