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Linguagista

Léxico: «barriga-negra» e outros

Não serve

 

      «Graças ao trabalho feito a cada dia do ano pela gestão de [Carlos] Alcario da Zona de Caça Turística do Pereiro, garante-se as condições ideais do terreno, a limpeza do mato e da esteva, que sempre ameaça tomar conta do campo, a comida farta e a água – foram instalados pela propriedade 500 bebedouros artificiais, a somar às charcas e à ribeira – para as espécies que ali se fixaram. Nos últimos anos, tem chegado de tudo – e Alcario conhece cada espécie pelo nome e pela quantidade ao dia de hoje. Há populações enormes de veados, que imigraram de Espanha pelas melhores condições de vida que encontraram em Alcoutim, “há três águias-de-bonelli, que era coisa que aqui nunca existiu, há abetardas, barrigas-negras e até famílias de linces-ibéricos, graças a este mosaico que aqui criámos”, relata» («Onde a perdiz é rainha há um mundo de biodiversidade que a caça ajuda a criar», Joana Petiz,  Diário de Notícias, 18.07.2021, p. 4).

      Não, Porto Editora, barriga-de-freira não serve, tem mesmo de ser barriga-negra. E já viram como, por vezes, é uma parte do corpo do animal que serve para lhe compor o nome? E então temos asa-branca, barba-ruiva, bico-de-agulha, bico-cruzado, bico-gordo, bico-grosso... (Acho que só tens dois destes, Porto Editora. Dois em seis; ainda podia ser pior.)

 

[Texto 15 377]

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