Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Linguagista

Léxico: «caniqueiro | carçoneiro | carçonense»

Encontros do Planalto

 

      Durante três dias, ouvi na sexta-feira no Portugal em Directo, na Antena 1, nas vilas de Argozelo e Vimioso e na aldeia de Carção decorreu uma série de actividades ligadas ao modo de viver judaico. O vice-presidente da Câmara Municipal de Vimioso, António Santos, entrevistado pelo repórter Afonso de Sousa, falou em algumas curiosidades sobre os criptojudeus da aldeia de Carção (onde foi presidente da Junta de Freguesia durante dezasseis anos), e nomeadamente nas actividades económicas a que estavam ligados. Foi neste ponto que disse que a estes marranos se dava o nome de caniqueiros, porque usavam fezes de cão para produzir cola — recorrendo também ao subproduto da intensa actividade de curtimenta que ali existia —, que vendiam para todo o Norte. A determinada altura, e ainda antes de se dirigirem para o Museu Judaico de Carção, o vice-presidente ofereceu um glossário de carçoneiro ao repórter. «Aparte de ser recueros o arrieros, los cristianos nuevos de Argoselo y de Carçao eran zurradores, por lo cual los labriegos les llamaban “caniqueiros”, ya que en su oficio usaban excrementos de perros» (Los judíos en la España moderna y contemporánea, Julio Caro Baroja. Madrid: Ediciones Istmo, 1978, p. 248).

 

[Texto 16 236]

3 comentários

Comentar post