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Linguagista

Léxico: «cervunal | covão | nave»

Na serra da Estrela

 

      «Tradicionalmente a pastorícia do gado ovino era a actividade dominante, aproveitando em regime transumante os prados naturais ou cervunais que surgem nas depressões dos covões e das naves, nomes populares para morfologias glaciares bem determinadas e que abundam na toponímia da Estrela», lia-se num dos painéis do Ecomuseu do Zêzere, instalado na antiga Tulha dos Cabrais, em Belmonte.

      O dicionário da Porto Editora nem sequer um destes termos, nestas acepções, acolhe. Ora, já José Leite Vasconcelos se ocupou dos últimos dois: «Tanto nave como assentada designam vastos descampados, mas, segundo o que inferi da explicação do tio Jerôlmo, a nave tem serras em volta, e a assentada não tem. O covão é um vale profundo» (De Terra em Terra. Imprensa Nacional, 1927, p. 178). Quanto a cervunal, é o nome dado às pastagens de montanha, por nelas abundar sobretudo a Nardus stricta (cervum ou nardo), gramínea perene.

 

[Texto 12 282]

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