Léxico: «contramanife»
Não me parece difícil
«O presidente demissionário do Chega, André Ventura, anunciou esta quarta-feira a convocação para domingo de uma “contramanifestação” de direita em Lisboa, um dia depois das anunciadas concentrações antirracistas em homenagem ao ator Bruno Candé, baleado no sábado passado» («Ventura anuncia contramanif: “Sempre que a esquerda sair à rua para dizer que o país é racista, nós sairemos à rua para mostrar que não é”», Expresso, 29.07.2020, 17h24).
No Expresso acham que é assim que se escreve. Enfim. Já vimos que é — e deve ser — manife. Logo, se quiserem, contramanife. E lá continuamos a ter este uso desnecessário, e até incompreensível, das aspas. Estranhamente, a Porto Editora acha que é preciso dicionarizar a forma manif — e é óbvio que o leitor precipitado, ou seja, mais de 90 %, não lê que é «Do francês manif, “idem”».
[Texto 13 826]