Léxico: «criminógeno»
Modismos e tecnicismos
«Com oito anos e dez meses de cadeia cumpridos, o antigo presidente do Benfica Vale e Azevedo vai continuar preso: a juíza encarregada de rever a sua situação recusou-se a colocá-lo em liberdade condicional, invocando a sua tendência para o crime» («Juíza recusa liberdade condicional a Vale e Azevedo», Ana Henriques, Público, 22.08.2015, p. 11). «Colocá-lo em liberdade»... em bom jornalistiquês. Continua: «O facto de o recluso ter referido que quer continuar a exercer a profissão de consultor quando ficar em liberdade não contribuiu para criar uma boa impressão à magistrada, segundo a qual Vale e Azevedo revela uma personalidade centrada em si própria, manipuladora e astuta. “Pretende desenvolver uma actividade que, directa ou indirectamente, implica movimentações financeiras de grande dimensão e, como tal, é chão fértil para a sua propensão criminógena”, pode ler-se na sentença datada do mês passado que lhe nega a liberdade condicional, e da qual Vale e Azevedo já recorreu.» Este vocábulo, criminógeno, também não está em quase nenhum dicionário.
[Texto 6195]