Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Linguagista

Léxico: «genizá»

O caminho só pode ser para a frente

 

      «Rodrigues Lapa ainda parece convencido dos seus pontos de vista e é ele, entre os poucos estudiosos do lirismo medieval, quem resiste à vaga espanhola capitaneada pelo inglês S. M. Stern, que em 1948 deu a conhecer 21 estribilhos, ou “finidas”, jarchas, encontradas nos “pergaminhos da Genizá do Cairo”, as quais parecem demonstrar que as manifestações mais antigas do lirismo peninsular são de origem moçárabe» (Literatura, Literatura, Literatura: de Sá de Miranda ao Concretismo Brasileiro, João Gaspar Simões. Lisboa: Portugália, 1964, p. 368).

      Então Gaspar Simões escreveu, vai para sessenta anos, genizá e nós íamos escrever genizah, é isso? Nem pensar. Que o escrevam dessa maneira os falantes de inglês: «a storeroom or repository in a synagogue used for discarded, damaged, or defective books and papers and sacred objects; 2: the contents of a genizah», como se lê no Merriam-Webster. Não faltam palavras hebraicas e hebraísmos na língua portuguesa. Algumas, e não são assim tão poucas, estão erradamente dicionarizadas com étimos grego ou latino.

 

[Texto 15 456]

1 comentário

Comentar post