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Linguagista

Léxico: «informar/ enformar»

Falhar a missão

 

      «Essa experiência informou e simultaneamente transformou este livro» (Liberdade de Expressão – Dez Princípios para Um Mundo Interligado, Timothy Garton Ash. Tradução de Jorge Pereirinha Pires e revisão de Pedro Ernesto Ferreira. Lisboa: Temas e Debates, 2017, p. 14).

   Em oito anos, a minha opinião pouco mudou a respeito desta questão. Continuo a dizer, como se faz a respeito de experiências perigosas: «Não faça isto aí em casa.» Até ao início do século XIX, informar e enformar eram usados quase indiferentemente. Tanto significavam «dar informações a ou a respeito de», como «dar forma a; servir de base ou fundamento a». Podia haver ali uns matizes, umas preferências pessoais a ditar alguns usos, mas em geral era assim. Tanto assim é que ainda no século XX havia dicionários que o registavam. Século XX? E até XXI, hoje em dia. O erro da Porto Editora é não o acolher como acepção em desuso (quando não como arcaísmo, como me parece), falhando neste ponto (como também, aduzindo um exemplo em tudo igual, em relação a crena, na expressão de Camilo «crena de limpeza») a sua missão de informar/formar.

 

[Texto 11 269]