Léxico: «inuíte | esquimó»
Mas não exagerem
«Em 2009, uma jovem australiana, Seeka Lee Veevee Parsons, uma Inuíte (indígena esquimó) denunciou a Cadbury/Pascall – fabricante de doces na Austrália e na Nova Zelândia – pela utilização da marca “Eskimo” em alguns dos seus produtos, denunciando que havia uma apropriação cultural para vender. A empresa recusou-se a mudar o nome» («Marcas da mudança», Jornal de Angola, 24.06.2020, p. 8).
Está bem que errar é humano, mas não exagerem. Essa jovem inuíte é canadiana, do território de Nunavut. O termo esquimó, não o aprendemos já?, é considerado pejorativo pelos próprios — que se designam a si mesmos Inuítes. Portanto, com este matiz, são sinónimos, ou não? Sendo assim, muito estranho, em pleno século XXI, esta definição de inuíte no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, na sua versão digital: «relativo aos Inuítes, povo esquimó que habita as regiões árcticas do Canadá, do Alasca e da Gronelândia».
Na minha mais ou menos modesta opinião, é necessário corrigir os dois verbetes, incluindo as tão úteis remissões mútuas.
[Texto 13 616]