Léxico: «inverneira/branda»
Respeitemos o que é nosso
«Há meses que a estação estival ficou para trás no calendário, mas este dia de inverno assinala a mudança que o mesmo não regista: a tradição secular dos aglomerados à volta da vila de Melgaço, distribuídos pelas duas margens do rio Laboreiro, segundo a qual, duas vezes por ano, a população se desloca entre as terras mais altas, as brandas, entre os 1050 e os 1150 metros de altitude, e as mais baixas, as inverneiras (700 a 800 metros), num nomadismo cunhado pelo sabor das estações» («O inverno é uma casa às costas», Carolina Pelicano Falcão, Notícias Magazine, 28.01.2018, p. 13).
Já uma vez tinha lamentado a ausência destes termos em alguns dicionários, mas caiu em saco roto. Caramba, são termos, e realidades, com séculos! Para o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, por exemplo, inverneira é apenas sinónimo de «invernia», e branda não passa do adjectivo feminino singular de «brando».
[Texto 8680]