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Linguagista

Definição: «língua azul»

Menos inócuo do que isso

 

      «A língua azul é uma doença causada por um arbovírus, sendo habitualmente transmitida por mosquitos do género Culicoides (Culicoides imicola, Culicoides obsoletus e Culicoides pulicaris), segundo informação disponibilizada pela Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV). Esta é uma “doença viral, infecciosa não contagiosa” e há 24 serótipos antigénicos do vírus que “não desenvolvem imunidade cruzada entre si”, com a virulência a variar com os serótipos do vírus, destaca a DGAV. [...] A doença da língua azul pode provocar febre e inchaço na língua dos animais e úlceras, o que faz com que deixem de comer. Além disso, pode provocar abortos nas ovelhas e dificuldade de mamar nos borregos» («Que doença tem dizimado rebanhos no Alentejo?», Filipa Almeida Mendes, Público, 30.10.2024, p. 36).

      Entrou recentemente no dicionário da Porto Editora, mas creio que a definição transmite uma ideia imprecisa ao afirmar-se «que se caracteriza por provocar uma coloração azulada ou arroxeada na língua e na boca dos animais doentes». É então uma questão de cor? Os animais, envergonhados, deixam de se alimentar e morrem de inanição?

[Texto 20 446]

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