Léxico: «muaxafa | carja | laringal»
E são importantes
«O véu de mistério de que falámos atrás foi um pouco descerrado em 1948, quando o orientalista Stern, após laboriosos estudos, interpretou uma vintena de carjas românicas pertencentes a igual número de muaxafas hebraicas, compostas por poetas judeus da andaluzia desde fins do século XI até fins do século XIII» (Lições de Literatura Portuguesa: Época Medieval, Manuel Rodrigues Lapa. Coimbra: Coimbra Editora, 1977, p. 48).
Muaxafa é mesmo o aportuguesamento (provém de mwwaxaha ou muwashah), conforme escreveu Manuel de Paiva Boléo: «Quanto ao primeiro, parece que a forma mais aceitável seria aquela que acima uso por duas vezes, muaxafa, com a adaptação da fricativa laringal surda [h] em posição medial, num f, normal na generalidade dos arabismos (cf. A. Steiger, Contribución, 259 ss.; sobre a acentuação, cf. ibid., 92)» (Manuel de Paiva Boléo. Revista Portuguesa de Filologia, vol. 8. Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Instituto de Estudos Românicos, 1957, p. 389). Eis, então, três termos que o dicionário da Porto Editora não regista: muaxafa, carja, laringal.
[Texto 12 322]