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Linguagista

Léxico: «ribate»

Tudo ao abandono

 

      A propósito do Algarve: em finais do ano passado, o PCP quis saber se o Governo tinha verbas inscritas no Orçamento do Estado para intervir no Rîbat da Arrifana, as ruínas da fortaleza-mosteiro fundada por Ibn-Qasî no século XII no litoral do concelho de Aljezur, um monumento nacional que, como tantos outros, está ao abandono e a necessitar de trabalhos de limpeza, desmatação, consolidação e restauro. (Como estava, por exemplo, o Forte de Santo António da Barra, onde o Botas se esmerdalhou ao mandar-se à bruta, como parece que sempre fazia, para cima de uma cadeira de lona.) Rîbat é como se vê escrita talvez a maioria das vezes, mas também ribāt, mais próximo da palavra árabe transliterada, ribāṭ. Pois bem: por que diacho não se usa o aportuguesamento ribate, que vejo em alguns vocabulários, mas não no dicionário da Porto Editora? Isto a língua é como os monumentos nacionais — aliás, a língua é ela própria património intangível ­—, louvada, mas descurada.

 

[Texto 10 590]

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