Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Linguagista

Mar e oceano — a confusão

Isso mesmo

 

      «Por estes dias, quase todos os caminhos parecem ir dar ao Mundial de Futebol, mas se quiser aceitar o desafio de fugir ao óbvio pode surfar uma onda diferente com Tiago Pitta e Cunha e deixar-se surpreender pelo Atlântico. É que, ao contrário do que costumamos dizer, “Portugal não tem mar”, corrige o administrador executivo da Fundação Oceano Azul e Prémio Pessoa 2021 sem complexos em desmontar “velhos mitos urbanos” nacionais tendo como pretexto o Dia Mundial da Pesca que se celebra esta segunda-feira. “O que temos é Oceano, por isso caímos rapidamente em profundidades gigantescas quando saímos para o Atlântico”, explica o especialista, pronto a desmontar outro mito urbano: “Portugal não tem recursos pesqueiros abundantes”. “Temos sim, uma enorme variedade de peixe (mais de 200 espécies) e peixe de grande qualidade”, sublinha antes de assegurar que “conhecer a nossa relação com as pescas ajuda a perceber melhor o país onde vivemos”» («Anda tubarão na costa», Margarida Cardoso, Expresso Curto, 21.11.2022).

      Exactamente! Mas consultem os dicionários. Para o da Porto Editora, por exemplo, tanto mar (primeira acepção) como oceano são uma «grande massa e extensão de água salgada». Aqui a solução era inverter a ordem das acepções em mar, mais do que dar-lhe outra redacção. Como está, convida ao confusionismo, em que temos já demasiados especialistas.

 

[Texto 17 269]