«Monstro», uma acepção
Uma acepção lixada
«O trabalho dura 364 dias (um ano) e a fundamentação para a necessidade do ajuste directo foi “falta de recursos próprios”. Na falta de apanha-monstros próprios, a Junta da Encosta do Sol terá seis tarefeiros “fornecidos” pela empresa ScorDesp para levarem a cabo a tarefa. A pergunta que se impõe é: o que são estes “monstros”, que custam 30 euros por pessoa/dia para apanhar? O contrato não dá resposta. Serão monos?...» («Mão-de-obra para recolha de “monstros”», S. S., Público, 4.03.2017, p. 8).
É o jornalista a armar-se em engraçado (e a falhar no intento). A verdade é que, se consultarmos alguns dicionários, e entre os quais o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, nem sequer o verbete mono tem esta específica acepção. Neste dicionário, o que se diz de mono é que se trata do «objecto sem valor a que não se sabe o que fazer», mas os monstros, palavra que os autarcas gostam muito de usar (mas têm desculpa, pois também são eles que resolvem o problema), são muito mais do que isso.
[Texto 7524]