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Linguagista

Não demorou muito que...

Sobra aí uma coisinha

 

      «Em casa, a rádio estava sempre ligada e a música por toda a parte. Quando não ouviam rádio, os Dwights, a família materna, punham discos a tocar na radiola — normalmente jazz, mas também música clássica — e na casa havia um piano, que segundo parece Elton John começara a tocar muito novo, com apenas três anos. Não demorou muito a que os pais pusessem o menino-prodígio a tocar em casamentos ou serões de família» («Sir Elton John e o problema da mobilidade social», António Araújo, Diário de Notícias, 14.12.2019, p. 54).

      Hum, talvez seja melhor seguirmos Miguel Torga: «O pior é que não demorou muito que o Carvalheira esticasse também o pernil, e a cunhada, Deus lhe desse juízo!, não tratasse de pôr o sentido no Bernardino» (Contos, Miguel Torga. Alfragide: Publicações Dom Quixote, 2017, 6.ª ed., p. 149). Ou, entre os vivos, Lídia Jorge: «Mas não demorou muito que Eduardo Lanuit não entrasse no interior da casota do quintal onde se encontrava a condensação do seu mundo, e aí ficasse algum tempo, sem saber onde colocar o cheque proveniente de lugar nenhum» (O Jardim sem Limites, Lídia Jorge. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1995, p. 229).

 

[Texto 12 483]