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Linguagista

O lugar do § 278

Espero que fosse para o Céu

 

 

      «– Morreu, sim – expliquei, sufocando os soluços e enxugando o pranto. – Espero que fosse para o Céu, onde talvez um dia nos possamos reunir todos se nos acautelarmos e deixarmos o mau caminho para seguir o bom» (O Monte dos Vendavais, Emily Brontë. Tradução de Maria Franco e Cabral do Nascimento. Lisboa: Portugália Editora, 1965, p. 165).

      «§ 278. O conjunctivo não tem pret. perf. def., mas só pret. indef. (v. g.: elle tem estado doente; não creio que ele tenha estado doente). Esta falta é supprida pelo pret. imperf., que portanto vem a corresponder ao indicativo, não só do pret. imperf. senão tambem do pret. perf. definido (v. gr.: elle esteve hontem doente; não creio que estivesse hontem doente) (1).

      E como o amor arcou com elle, estando com as mãos atadas, que muito he, que prevalecesse (Vieira, IV, 383, ap. Blut.) não houve diligencias que não fizesseis (Id., I, 733)» (Sintaxe Histórica Portuguesa, Epifânio da Silva Dias. Lisboa: Livraria Clássica Editora, 1933, pp. 214-15).

  E a nota de rodapé: «Empregar o pret. perf. do conjunctivo [tenha estado] como correspondente do pret. perfeito def. do indicativo [esteve] é d’aquelles a quem as praxes da lingoa francesa fazem esquecer as regras da syntaxe portuguesa.»

 

[Texto 3997]

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