Os cartoons dos cartunistas
Português, mas só um pouco
«A semana foi também de Quino, o cartunista argentino que ganhou o prestigiado Prémio Príncipe das Astúrias. Ele é o “pai” de Mafalda, uma garota que há 50 anos se pôs a olhar o mundo e a dizer coisas simples e pertinentes. […] Mas o que eu mais gosto é do cartoon inicial de Mafalda, o primeiro publicado. Ela comove-se com a mãe que lhe parece triste por ela ir pela primeira vez para a escola: “Sabes, mãe? Quero ir para o jardim-escola, estudar muito, ir para a universidade e não ser uma mulher frustrada como tu...” A menina julga que animou a mãe... É tão pungente o otimismo da geração de Mafalda, que pensava ter o mundo na mão, e não tinha. Quino era cínico e lúcido» («Mafaldinha, a comentadora», Ferreira Fernandes, Diário de Notícias, 25.05.2014, p. 72).
«Cartunista»? O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora também tem, mas remete (contrariando o significado subjacente das remissões?) para «cartoonista». Ferreira Fernandes, num texto em que usa «cartunista», prefere não usar «cartune», seria uma fraqueza, um excesso de portuguesismo. Ou será que devia ser «cartum»? Bem, não interessa, ninguém usa, e os dicionários não o recomendam.
[Texto 4617]