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Linguagista

«Personæ (non) gratæ»

Conjuga e declina,

saberás a língua latina

 

      «Ainda se não viessem representar o respectivo seminário, delegados e implicitamente personas gratas do seu prelado, podia conceber-se que lhes interessasse cooperar connosco no estudo duma solução através duma hipótese muito pouco provável: e era que acalentassem o propósito de despir a roupeta ou tivessem em mira acautelar-se para tal possibilidade» (Um Escritor Confessa-se, Aquilino Ribeiro. Lisboa: Livraria Bertrand, 1974, p. 159). Para um seminarista, não está mal — está péssimo. Já uma vez tratei da questão, esclarecendo que não basta acrescentar ss. O plural da expressão é personæ non gratæ. Quem sabe se os jornalistas, aventava então, não pensam que a expressão é espanhola... No Seminário de Beja, barra em latim não era Aquilino, mas o colega Pinho Brandão. Ter-se-á tornado padre? (Quase a propósito: comprei recentemente num alfarrabista uma obra de Agostinho de Campos, e no frontispício está a assinatura de posse, numa bela caligrafia, do P.e Roque do Nascimento. Alguém o conheceu? Será o cónego da Sé Catedral do Funchal, Domingos Roque do Nascimento? Como seria bom conhecermos por quantas mãos os livros já passaram quando chegam às nossas.)

    «Foi assim que se tornou um ás nos latins, sendo certo que o conhecimento desta língua depende do poder de retentiva, como sugere o ditado: conjuga e declina, saberás a língua latina» (idem, ibidem, p. 81).

 

[Texto 6225]

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