Plural de «torna-viagem»
BB diz como é
Mário Cláudio estreia-se hoje no Diário de Notícias e escreve sobre Ferreira de Castro. E bem ou mal? Bem e mal. «O cavalheiro que todos os anos, e ao longo da década de sessenta, ocupava a mesa ao fundo do comedor do Hotel das Termas, o único das Caldas das Taipas, oferecia aos respectivos hóspedes uma identidade que sem dúvida os honrava. Quem não o reconhecesse poderia tomá-lo por um despachante da alfândega na reforma, e se se desse o caso de lhe ouvir o sotaque aqui e além abrasileirado, por um derradeiro representante da raça dos torna-viagem que Camilo Castelo Branco caricaturara» («O Escritório de Ferreira de Castro», Mário Cláudio, Diário de Notícias, 11.09.2015, p. 56).
O plural do substantivo torna-viagem é torna-viagens: «Mas quando Lisboa é o cais da chegada, a chegada traz consigo o drama e a tragédia: as caravelas destroçadas, os torna-viagens da miséria, os soldados estropiados, os corpos dos mortos, o fim do império» (Lisboa Contada pelos Dedos, Baptista-Bastos. Lisboa: Montepio Geral, 2001, p. 21).
[Texto 6226]