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Linguagista

Regência verbal: «aportar»

Bravo estrago

 

      «Mais de cinco séculos depois de os navegadores portugueses Diogo Cão (1485) e Bartolomeu Dias (1487) terem aportado em Walvis Bay, naquela que é hoje a principal cidade portuária do país, Namíbia e Portugal querem voltar a descobrir-se» («Empresas do Norte são exemplo que Namíbia quer aproveitar», Sérgio Pires, Diário de Notícias, 4.07.2015, p. 19).

   Sérgio Pires: «terem aportado a Walvis Bay». A regência deste verbo é dupla: aportar e aportar a. «Àquela ilha aportámos que tomou/O nome do guerreiro Santiago,/Santo que os Espanhóis tanto ajudou/fazerem nos Mouros bravo estrago» (Os Lusíadas, Canto V, 9). «Passaram-se quase dois anos desde que empreendi esta tarefa, trazer até mim o que me fora dado viver em terras de França, mais propriamente em Paris, há quase vinte anos, já que aí aportei em sessenta e nove e estamos agora em noventa» (Palingenesia ou o Estado e o Processo do Romance, Silva Carvalho. Lisboa: Fenda, 1999, p. 234).

 

[Texto 6022]

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