«Senha» por «sanha», lenho» por «lanho»
Lisboetices e incoerências
«Há 15 dias, no Expresso, M.S.T. afirmou ter sido o Banco de Portugal quem [sic], com a cumplicidade do Governo, “afundou o navio”. No último sábado, voltou à carga com terríveis profecias: “Um dia alguém há-de escrever a história desta inimaginável destruição de valor, que num mês e meio conseguiu reduzir a quase nada tudo o que um banco com um século e meio de existência tinha de bom.” “Mas como aquele “um dia” pode estar ainda muito longe, M.S.T. tratou já de avançar com a sua versão da “história”: “A senha [sic — é possível que ele quisesse escrever “sanha”] de castigar os Espíritos sobrepôs-se a qualquer preocupação com o futuro do banco e dos seus clientes”» («Qual é a lógica, Miguel?», João Miguel Tavares, Público, 23.09.2014, p. 48).
Confundem «senha» com «sanha», «lenho» com «lanho», e outras que tais. Pode ter que ver com a forma como falam. Há uns meses, a custo contive o espanto quando a minha filha me veio dizer que a professora tinha corrigido os colegas — quase todos — que diziam «treuze». (Ah, sim, o primeiro sic é meu, caro João Miguel Tavares.) O pior é que, na maioria dos casos, são os professores que castigam os espíritos quando pronunciam «treuze».
[Texto 5069]