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Linguagista

Definição: «placebo»

Mas o conceito mudou?

 

      «O voluntário em questão faria parte do grupo de controlo comparativo, ao qual estaria a ser administrada um placebo, no caso uma vacina contra a meningite» («Voluntário que morreu durante testes da Oxford/AstraZeneca não terá tomado vacina», André Rodrigues, Rádio Renascença, 21.10.2020, 21h26). Não é erro de tradução, a farmacêutica veio mesmo anunciar que «the person was part of a control group that had been given the vaccine for meningites». Sendo assim, isto não obriga a alterar a definição de placebo dos nossos dicionários? O dicionário da Porto Editora, por exemplo, define-o assim: «MEDICINA medicamento inerte ministrado com fins sugestivos ou psicológicos, que pode aliviar padecimentos unicamente pela fé que o doente tem nos seus poderes».

 

[Texto 14 205]

Léxico: «arcipreste»

Não acreditem

 

      «John Sultana, de 47 anos, foi nomeado arcipreste (grau intermédio entre sacerdote e bispo) da cúria de Gozo, onde é tradição que sacerdotes que tenham sido nomeados recentemente sejam transportados pela cidade por uma carroça puxada por crianças, para serem aclamados pela população» («Padre em Malta transportado em Porsche puxado por 50 crianças», Motor 24, 21.11.2018).

      Um arcipreste é um «grau intermédio entre sacerdote e bispo»? É uma maneira de o dizer — uma maneira errada. «O arcediago», lê-se num número de 1939 do Boletim Cultural da Câmara Municipal do Porto, «é o primeiro entre os diáconos e o arcipreste é o primeiro entre os presbíteros — é o chefe destes para determinado número de serviços.» Não difere muito da definição do Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora: «sacerdote com determinada jurisdição sobre outros sacerdotes; vigário da vara».

 

[Texto 10 336]