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Linguagista

«Maus tratos» endireitados

É assim que devia ser

 

      «A ama suspeita de maus tratos a uma criança na Marinha Grande e cujo vídeo circula na Internet foi ontem detida, disse à agência Lusa fonte da Polícia de Segurança Pública (PSP). Segundo a mesma fonte, a mulher, de 62 anos, foi detida fora de flagrante delito para ser presente a primeiro interrogatório judicial» («Ama detida por suspeita de maus tratos a criança na Marinha Grande não estava legalizada», Público, 20.11.2024, p. 19). Não sei se é por acaso e é indiferente, para o caso, mas andam a acertar muito: nunca a palavra devia ter ido para os dicionários com hífen.

[Texto 20 547]

A maldição do hífen

Andam sempre ao contrário

 

      Agora, de vez em quando vejo merdas erros destes: «Em declarações ao mesmo jornal, David Davis, antigo ministro do “Brexit”, disse, porém, que Johnson está “mal-informado” sobre o assunto» («Johnson defende referendo a convenção de direitos humanos», António Saraiva Lima, Público, 5.10.2024, p. 26). O Word manda, o jornalista acata.

[Texto 20 333]

O pós-gramatical

Que inveja

 

      «O principal ponto de interesse político está reservado para o pós-6-de-Outubro. Como vai a direita reagir a mais uma estrondosa derrota? Será desta que perceberão que têm de renascer das cinzas e reconfigurar-se? Ou vão escolher (ou manter) líderes que representam linhas de continuidade com o presente ou com um passado mais ou menos recente?» («Estranho povo este», Luís Aguiar-Conraria, Público, 24.09.2019, p. 16).

     É assim que se escreve? Felizmente, não. É pós-6 de Outubro, como também é pós-25 Abril, pós-5 de Outubro, etc. Já basta termos de empregar o hífen nos casos normativos. Invejável, neste aspecto, é o castelhano: «El exvicepresidente ensalza el legado de Obama mientras sus rivales reclaman políticas más progresistas» (in El País).

 

[Texto 12 046]