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Linguagista

Descolonizar a língua portuguesa?

Isso não é para nós

 

      «O discurso de Paulina Chiziane aquando da entrega do Prémio Camões desencadeou notícias e ondas de choque nas redes sociais, provando a importância e o impacto dos temas que abordou, que são daqueles que mexem com as pessoas e carecem de análise e discussão. [...] 50 anos após a independência dos países africanos de língua portuguesa, não sabemos exatamente quais as suas opções de política linguística e eles continuam, e.g., a não explicitar que norma de português querem adotar, a não definir a relação do português com as línguas autóctones, a não produzir instrumentos de estandardização próprios, nem programas de ensino adequados, nem materiais didáticos, nem a formar professores suficientes. Portugal beneficia com esta “cooperação”, assim se favorecem os negócios» («A descolonização da língua portuguesa», Margarita Correia, Diário de Notícias, 28.05.2023, p. 28).

      A Professora Margarita Correia parece também — ou seja, como eu — não saber o que seja descolonizar a língua portuguesa. Sobre isto, só tenho uma certeza: não é tarefa para nós, Portugueses. A Professora Margarita Correia não ouviu (nem eu) e tão-pouco encontrou na Internet o discurso de Paulina Chiziane — mas esta é a parte mais fácil: está na página da Internet do Público, por exemplo. Havia muito para dizer, mas só quero chamar a atenção para um erro que até em obras revistas encontro: começar um período com numeração, árabe ou romana. Nunca se faz isso, é por extenso.

 

[Texto 18 282]

Ortodoxia, ortopraxia, ortopatia

Fala-se nisto

 

      «Na recente assembleia sinodal continental, uma reconhecida testemunha do nosso tempo (o P.e Tomáš Halík) fez-nos entender onde nos encontramos, pelo que se refere à afirmação da identidade cristã: até ao Concílio Vaticano II, pusemos o acento na ortodoxia, isto é, na recta doutrina; no pós-concílio, passámos a pôr o acento na ortopraxia, isto é, na recta acção, para transformar a sociedade segundo os valores do Evangelho; neste século XXI, estamos a pôr o acento na ortopatia, isto é, nos rectos sentimentos e afectos em relação a pessoas, animais e Natureza» («Meias-verdades», Manuel Augusto Ferreira, Além-Mar, Junho de 2023, p. 13).

 

[Texto 18 232]