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Linguagista

Vá, bola baixa: «direitos humanos»

Eis que surge um novo deus

 

      «E que coloca algumas condições para que Keiko possa merecer a confiança da maioria dos seus concidadãos, entre as quais uma declaração de respeito pelos Direitos Humanos que parece não estar nos hábitos da família» («Quem lixou o Peru?», António Mega Ferreira, JL, 30.07-13.08.2021, p. 36).

      Estou sempre a corrigir isto nos textos de jornalistas que me passam pelas mãos. São o novo deus, os direitos humanos? Caramba, é uma denominação genérica, tem de estar com minúsculas. Só se fizer parte do nome de uma qualquer instituição é que se grafa em maiúsculas. Ou se for o nome de uma pessoa — nada me surpreenderia menos do que virem agora dizer-me que há um brasileiro de nome Direitos Humanos da Silva. (E lá temos o omnipresente «coloca», como se não houvesse melhor verbo para o contexto.)

 

[Texto 15 394]

Léxico: «anticovid»

É isso mesmo, A. S. R.

 

      «A Câmara de Paredes anunciou novas medidas preventivas para conter os efeitos da pandemia de covid-19 no concelho. As novas regras, que entraram hoje em vigor, passam pelo cancelamento de eventos públicos e pela redução do horário de funcionamento dos cafés e restaurantes» («Paredes reforça medidas anticovid», A. S. R., Jornal de Notícias, 22.10.2020, p. 21).

      Pois evidentemente! Agora grafar como o faz a Porto Editora, COVID-19, ou se vê por aí, Covid-19, é que gera monstros assustadores — anti-COVID-19 e anti-Covid-19! Poupem-nos. Felizmente, a esmagadora maioria da imprensa opta por escrever «covid-19».

 

[Texto 14 217]