Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Linguagista

Maiúsculas, minúsculas, hesitações, confusões

Bola baixa

 

      Os maluquinhos das maiúsculas, ou, copiando um dito engraçado do colunista brasileiro Hélio Schwartsman, os indivíduos com inscrição activa na ordem dos malucos (também há maluquinhos das minúsculas, mas hoje não falo para esses), que ponham aqui os olhos: «A orca está em 1 de 3 grupos que, estima-se, somam 70 animais. Elas passam várias semanas a cada primavera e outono no hemisfério norte nas águas ao redor de Puget Sound, uma enseada do oceano Pacífico no noroeste de Washington» («Pela segunda vez desde 2018, orca é vista carregando filhote recém-nascido morto», Folha de S. Paulo, 6.01.2025, p. B11).

[Texto 20 751]

Vá, bola baixa: «direitos humanos»

Eis que surge um novo deus

 

      «E que coloca algumas condições para que Keiko possa merecer a confiança da maioria dos seus concidadãos, entre as quais uma declaração de respeito pelos Direitos Humanos que parece não estar nos hábitos da família» («Quem lixou o Peru?», António Mega Ferreira, JL, 30.07-13.08.2021, p. 36).

      Estou sempre a corrigir isto nos textos de jornalistas que me passam pelas mãos. São o novo deus, os direitos humanos? Caramba, é uma denominação genérica, tem de estar com minúsculas. Só se fizer parte do nome de uma qualquer instituição é que se grafa em maiúsculas. Ou se for o nome de uma pessoa — nada me surpreenderia menos do que virem agora dizer-me que há um brasileiro de nome Direitos Humanos da Silva. (E lá temos o omnipresente «coloca», como se não houvesse melhor verbo para o contexto.)

 

[Texto 15 394]

Léxico: «anticovid»

É isso mesmo, A. S. R.

 

      «A Câmara de Paredes anunciou novas medidas preventivas para conter os efeitos da pandemia de covid-19 no concelho. As novas regras, que entraram hoje em vigor, passam pelo cancelamento de eventos públicos e pela redução do horário de funcionamento dos cafés e restaurantes» («Paredes reforça medidas anticovid», A. S. R., Jornal de Notícias, 22.10.2020, p. 21).

      Pois evidentemente! Agora grafar como o faz a Porto Editora, COVID-19, ou se vê por aí, Covid-19, é que gera monstros assustadores — anti-COVID-19 e anti-Covid-19! Poupem-nos. Felizmente, a esmagadora maioria da imprensa opta por escrever «covid-19».

 

[Texto 14 217]