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Linguagista

Na península coreana

Vamos ver se é desta

 

       «Guerra na Ucrânia chega à península coreana» (César Avó, Diário de Notícias, 21.06.2024, p. 18). Isto até todos os linguistas, revisores, dicionaristas, etc., têm de aprender, porque ainda não retiveram a informação: escreve-se sempre com minúsculas iniciais — excepto se for a nossa. Assim, é a Península Ibérica, mas península coreana. Os Coreanos que escrevam a deles com maiúsculas, não nos diz respeito. (Ah, mas eles escrevem 한반도, «Hanbando», e já está.)

[Texto 21 150]

«Canábis», finalmente!

Merecia celebrar-se com champanhe

 

      Estava logo bem patente na chamada de primeira página do Público de ontem: «Canábis medicinal rende milhões a ex-governante do PSD», e repetia-se, claro, no artigo de Paulo Curado nas páginas 2 e 3. Ao fim de anos a escreverem, teimosa e abstrusamente, cannabis, resolveram enveredar pelo bom caminho. É uma decisão que tem mais importância, e não meramente simbólica, do que possam julgar. (Espero que seja, mais do que uma decisão isolada, um movimento, uma viragem: a seguir poderá ser, e usaram-na na edição de ontem, nacionalizarem derby. Está mais do que na hora.)

[Texto 21 148]

Ortografia: «terras raras»

É bom que se lembrem onde estão

 

      «No entanto, os métodos agressivos de extração das terras-raras e o tratamento inadequado dos seus resíduos causam impactos ambientais significativos, como se verifica na região de Bayan Obo, na China. Por essa razão, tem aumentado a pressão para o desenvolvimento de métodos mais sustentáveis e a procura de fontes alternativas – afinal, rara mesmo é a Terra» («Terras-raras e corn flakes», João Paulo André [químico], Nascer do Sol, 21.03.2025, p. 41).

      Nas últimas semanas, li em jornais vários textos de professores universitários e cientistas portugueses sobre esta questão e, estranhamente, transformaram sempre a expressão em palavra, «terras-raras». Ora, os dicionários portugueses — e, a meu ver, bem — é como locução que a acolhem, terras raras. Já no Brasil, sim, é com hífen que a vejo por todo o lado, e desde logo no VOLP da Academia Brasileira de Letras. Mas o problema é deles — tanto como o de terem uma criatura tão inconcebível como Bolsonaro.

[Texto 21 147]