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Linguagista

Plurais metafónicos

Uma solução

 

      Ainda sobre a entrevista ao neurocientista Rui Costa no Primeira Pessoa. A propósito do cérebro, disse que «é o mapa de amores, de ódios, de gostos, de desgostos, motivações», e pronunciou mal os plurais «gostos» e «desgostos», em que não ocorre o fenómeno chamado metafonia, que é, na passagem para o plural, a mudança de timbre da vogal tónica. Lamento, mas gostos e desgostos não são plurais metafónicos. Forçosamente alguém, e este blogue tem cada vez mais leitores, conhece o neurocientista Rui Costa. Já sabem o que têm de lhe dizer. Por mim, os dicionários indicavam sempre a pronúncia, quer ocorresse metafonia quer não ocorresse. Passaria a haver menos erros? Quase de certeza que sim, mas sobretudo deixaria de haver desculpa para os erros. Não me estou, porém, a referir à transcrição fonética por meio do alfabeto fonético internacional, isso só serve para estudantes de Linguística, ou seja, é inútil para mais de 10 milhões de falantes em Portugal.

[Texto 20 893]

Pronúncia: «bancarrota»

A caminho do BBB

 

      No seu tempo de antena, o ADN, Alternativa Democrática Nacional, cujos dirigentes são confessos admiradores das ideias (por assim dizer) de Bolsonaro, anda a falar na «bancarróta». O País é muito pequeno, não acredito que não haja nenhum leitor do Linguagista que tenha relações próximas com alguém daquele partido. É incrível como esta gente se exprime. E, por outro lado, por onde andaram nos últimos tempos? (Para ajudar esta gente, talvez não fosse má ideia, Porto Editora, indicares assim a pronúncia: bancarrota |ô|.) Estamos muito perto de também ter bancada da bala, do boi (com milícias vindas de Santarém, de onde também veio, naquela madrugada de 25 de Abril de 1974, a nossa libertação) e da Bíblia.

 

[Texto 19 462]

Pronúncia: «forra»

É só para dizer que

 

      Está lá? É da TSF? Digam aí à humorista Maria Rueff que «forra», na locução adverbial à tripa-forra, se pronuncia com o o fechado, /ô/, e não como ela o fez hoje, estropiando assim um tudo-nada o texto de Luísa Costa Gomes. Obrigado.

 

[Texto 18 934]