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Linguagista

Mais uma Geórgia!

Agora sim

 

      «Após mais de 30 anos estático que, desde o ano passado, o A23a, que tem 35 vezes o tamanho de Lisboa, começou a mover-se e encontra-se agora a 280 quilómetros da Geórgia do Sul, um território ultramarino que é refúgio para a vida selvagem» («O maior iceberg do mundo pode estar prestes a colidir com a Geórgia do Sul», Rádio Renascença, 24.01.2025, 19h28). Ai, ai, mais uma Geórgia! E agora? Querem distinguir as outras (como se isso fosse necessário ou normal na língua) por meio do acento numa delas — mas com uma terceira Geórgia, o que poderão fazer? Esperam-se soluções criativas.

[Texto 20 828]

 

 

P. S.: «Indochina: a Presença Chinesa»: está melhor, mas não perfeito. Porque optam aqui por «Tonkin», quando sempre se escreveu Tonquim, que também usam noutros textos? E porquê «estado-satélite», mas «Estado independente»?

 

Há duas Geórgias

Nós aguentamos

 

      «No caso da Geórgia, Trump tem até dia 25 de agosto para se entregar voluntariamente na prisão do condado (e não num tribunal ou no gabinete do procurador como nos outros casos)» («Foto policial, TV e perdão difícil. Porque é que caso na Geórgia é diferente para Donald Trump?», Susana Salvador, Diário de Notícias, 19.08.2023, p. 22).

      Só porque fala na Geórgia é que que a aproveito, mas a notícia não é esta, mas sim a da morte, ontem, do ex-presidente dos EUA Jimmy Carter. «O chefe de Estado será enterrado em frente a sua casa, onde vive desde 1961, em Plains, na Geórgia» («Morreu o antigo presidente dos EUA Jimmy Carter», Fábio Monteiro, Rádio Renascença, 29.10.2024, 21h07). Quando actualizares o verbete relativo a Jimmy Carter, Porto Editora, escreve Geórgia, não Georgia. É verdade que em certas editoras se segue o critério absurdo de grafar sem acento o Estado norte-americano — que reservam para a antiga república soviética. Como se o pobre leitor não aguentasse ver duas Geórgias sem entrar em parafuso. Enfim, tretas.

[Texto 20 696]

Sempre e só Ilinóis

Porque até se lê melhor

 

      «“Estamos à mercê do rio”, comenta Bryce Baker, director-geral do terminal Jersey County Grain em Hardin, no estado do Ilinóis, à Bloomberg. Baker começou a reservar as pequenas embarcações que necessitava para este mês em Agosto, para se certificar que não lhe faltava nenhuma» («O rio Mississípi volta a secar na pior altura para os agricultores», Público, 4.11.2024, 21h24). É a opção habitual do PúblicoIlinóis. Espantosamente, diga-se, porque são useiros e vezeiros em empregar termos estrangeiros quando dispomos — e a restante imprensa usa — de termo português ou aportuguesado. Diga-se, porém, que até em dicionários e enciclopédias se opta, lamentavelmente, por Illinois.

[Texto 20 519]