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Linguagista

Tradução: «high priestess»

Meu rico português

 

 

      «Nessa altura pensara na natureza da justiça como viera a conhecê-la: no seu pai como um deus pagão e na mãe como a sumo sacerdotisa do culto, que tentava interpretar e interceder, normalmente fracassando mas insistindo, mesmo perante todas as provas em contrário, que havia na sua divindade uma magnanimidade e uma razoabilidade subjacentes» (Uma Morte Súbita, J. K. Rowling. Tradução de Alberto Gomes, Manuel Alberto Vieira, Marta Fernandes e Helena Sobral. Queluz de Baixo: Editorial Presença, 2013, p. 176).

      Em inglês é muito simples: high priestess. Em português, parece que há muitas dúvidas. Vejamos: o adjectivo não concorda com o substantivo em género e número? Então, suma sacerdotisa. Já aqui vimos um caso semelhante: lesa-pátria e leso-patriotismo.

 

[Texto 4033]

8 comentários

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    Montexto 12.02.2014 18:14

    Mas tb grã-mestre, como grã-fino, etc.
    Ia jurar que o título de J. de Sena era «Os Grã-Capitães», mas parece que não...   
    «Grã» dá para os dois lados. Devia estar mais na moda... 
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    Helder Guégués 12.02.2014 18:21

    Nelson Rodrigues usa muito «grã-fina». 
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    Montexto 12.02.2014 18:43

    Certamente. Mas isso é mais habitual.
    Só fiz a observação para lembrar - ao invés do que os exemplos do prezado P. A. levariam talvez a pensar ao 1.º lance - que «grã» tb se pode ajoujar a vozes do masculino, o que porventura surpreenda os mais tenrinhos... 
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    Helder Guégués 12.02.2014 18:45

    Sim. O título da obra de Sena não é, mas já li «grã-capitães».
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    Montexto 12.02.2014 18:47

    E dá jeito: compare grão-capitão com grã-capitão. O ouvido pede este.
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    Helder Guégués 12.02.2014 18:48

    Assim é.
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    Montexto 26.02.2014 20:23


    Neste momento sua Senhoria/ À porta chega, e o grã-Consulto, ao vê-lo,/ Logo o rústico deixa, e vai buscá-lo./À parte se retiram; e no caso,/ Que o Deão lhe propõe, ambos conferem./Aqui a Livraria vem abaixo;/ De poeira uma nuvem se levanta,/Que sai dos velhos, e traçados livros:/Em vão sacode os punhos e a Casaca/O bom Deão; que quanto mais sacode,/Mais poeira dos livros vem caindo./Lê, e relê o grã-Jurisconsulto,/ E depois considerando, assim conclui:/ “À Metrópole vossa Senhoria/ Deve logo apelar. Isto me ensinam/ Os Doutores, Senhor, que tenho lido.”/ “Inda assim (replicou o fofo Lara)/ Veja vossa mercê sempre o que dizem/ No ponto Van-Espen, Dupin, Bartholio.


    *


    António Dinis (não saímos de Antónios), O Hissope, colhido na rede, «Literatura Brasileira», dizem eles.


    Reparo agora: «apelar à Metrópole». Urgência métrica doublée de uma antecipação do futuro, como diriam Pacheco Pereira e Esteves Cardoso, conjugando os respectivos recursos estilísticos.   


     

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