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Linguagista

«Um dos que», agora em português

Para ficar assente

 

      Decerto, mas há sempre gente a nascer, e por isso temos de voltar de quando em quando às mesmas questões.

 

      «Um dos que... — Sôbre êste discutidíssimo caso de concordância (um dos que fêz — um dos que fizeram) é muito recomendável a leitura dum trabalho do dr. Manuel de Paiva Boléo, Leitor de Português em Hamburgo. Intitula-se Língua falada, lógica e clássicos, e faz parte da nova série de Publicações da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, instituída pelo ilustre director dêste estabelecimento, dr. Providência Costa, como complemento e arquivo da sua importante obra de extensão universitária.

      O Autor chega eruditamente à conclusão de que a frase Esta cidade foi uma das que mais se corrompeu é legítima, não só “à face da história da língua e da lingüística comparada, mas ainda do ponto de vista semântico, visto não ser equivalente à construção com o verbo no plural.”

      O dr. Boléo vê na expressão uma das que mais se corrompeu não só o caso de cruzamento sintáctico ou atracção antecipante, definido por Leite de Vasconcelos e Tobler, mas um recurso das línguas para encontrarem o têrmo médio entre uma das que mais se corromperam e a que mais se corrompeu. “Esta é demasiado absoluta e exclusiva, e por isso mesmo se evita.”

      É nova e subtil a teoria, mas não convencerá talvez aquêles que, obedecendo ao sentimento lógico advertido e vigilante, entenderem ou sentirem como verdadeiramente correcta, e além disto suficiente, a forma uma das que mais se corromperam» (Glossário de Incertezas, Novidades, Curiosidades da Língua Portuguesa, e também de Atrocidades da Nossa Escrita Actual, Agostinho de Campos. Lisboa: Livraria Bertrand, s/d [mas de 1938], pp. 289-90).

 

[Texto 6246]

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